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3 de agosto de 2010

Filho meu, que estás na terra!

jesus

Filho meu, que estás na terra,

Preocupado, solitário e tentado,

Conheço bem o teu nome,

E o pronuncio, santificando-o,

Porque te amo.

Tu nunca estás sozinho,

Pois habito em ti

E juntos vamos expandir o Reino da vida

Que te dei como herança.

Gosto que faças a minha vontade,

Pois só quero a tua felicidade

E a minha glória é o ser humano vivo!

Podes contar sempre comigo

E terás o pão de cada dia, não te preocupes.

Só te peço que saibas reparti-lo

Com teus irmãos.

Fica sabendo que te perdôo todos os pecados

Mesmo antes de os teres cometido

Mas te peço que também perdoes

Aqueles que te ofendem.

E para nunca sucumbires à tentação,

Agarra, com toda tua força,

A minha mão

E te livrarei de todo o mal,

Meu pobre e querido filho!

(Charles Pèguy, fiósofo francês)

Proposta de reunião – 01- Grupo de Jovens

Horários:

Acolhimento – 10 mim

Oração Inicial, Evangelho e Reflexão – 40 mim

Desenvolvimento – 30 mim

Avisos e Oração Final. – 20 mim

Acolhimento:

· Boas – vindas

· Canto: Já chegou.

Oração Inicial:

· Saudação a Santíssima Trindade

· Canto ao Espírito Santo: “Vem Espírito Santo”

· Leitura do Evangelho: Lucas 12,32-48

· Reflexão Individual

· Reflexão em grupo

Desenvolvimento:

Dinâmica do coração

· Objetivo: Conhecer o outro e dar-se a conhecer, abrindo espaço para que cada um se apresente; buscando, com essa apresentação, maior intimidade entre os elementos do grupo; partilhando sentimentos, ideais, realizações, desejos e frustrações.

· Material: Folhas de papel oficio para todos os participantes.

· Desenvolvimento: Entrega-se uma folha de papel a cada participante, que deverá desenhar um coração grande e escrever seu nome fora do coração. O coração deverá ser dividido em quatro partes.
Na primeira parte do coração, fazer um símbolo que relate um fato importante realizado por sua família (o maior acontecimento). Na segunda parte, desenhar sua maior realização pessoal. Na terceira parte, escrever a coisa mais importante que você pretende realizar nos próximos dois anos. Na quarta parte do coração, escrever, enfim, a maior decepção de sua vida. Todos os participantes deverão pôr sua folha com o trabalho realizado no centro do círculo, compartilhando os resultados. Caso sintam necessidade, poderão comentar ou perguntar algo a respeito das respostas de seus colegas. A pessoa abordada terá liberdade para responder ou não à questão levantada. Compartilhar sentimentos e descobertas com o grupo.

Avisos:

· Na próxima reunião, todos deverão trazer um terço.

· Outros avisos

Oração Final:

· Distribuir a oração “Filho Meu, que estás na terra” e dar um tempo para que seja lida e refletida individualmente por cada componente, que deverá fazer a sua oração (preces, pedido, agradecimento) para ser feita com todos no fim do encontro.

· Ouvir as orações e no fim de cada uma delas o grupo deverá responder: “Onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração”.

· Rezar juntos a oração distribuída.

· Oração do Pai Nosso e saudação a Santíssima Trindade.

Aprofundamento do Evangelho:

“Onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração”

          Este trecho do capítulo doze retoma em grande parte tema do domingo anterior - a questão do relacionamento do cristão e da comunidade com os bens materiais. A comunidade cristã é caracterizada como “pequeno rebanho” - certamente pequena diante da força e enormidade do sistema do Império Romano. Aqui não é tão importante a sua pequenez em termos numéricos, mas em termos da sua importância e força dentro da sociedade - a fraqueza dela é gritante, e devia ter provocado insegurança e medo em muitos dos seus membros.  Por isso as palavras de encorajamento: “Não tenha medo, pequeno rebanho, porque o Pai de vocês tem prazer em dar-lhes o Reino” (v.32)O rebanho não tem muitos bens materiais, mas terá os bens mais importantes - os do Reino.  Está idéia nasce do versículo anterior a este trecho: “Busquem o Reino dele e Deus dará a vocês essas coisas em acréscimo” ( v. 31).  Estes bens virão na medida em que a comunidade vive a partilha, ou seja, se coloque na contramão de uma sociedade de ganância e exploração, repartindo o que tem.  Retomando o tema do último domingo, Jesus adverte: “De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração.” (v.34)

            Este último versículo nos desafia a fazermos uma meditação mais profunda sobre os valores das nossas vidas.  Onde - realmente, e não teoricamente - está o meu tesouro?  Em que eu de fato ponho a minha confiança?  Sobre o que estou baseando a minha vida?  Qual é a minha experiência prática de partilha?  Quais são os verdadeiros tesouros da minha vida?

            Em seguida Lucas nos coloca diante das exigências de vigilância e responsabilidade.  Embora muitas vezes se interprete este trecho sobre a vinda do Senhor em termos do “fim do mundo”, ou referindo-se ao momento da nossa morte, realmente estes versículos têm uma abrangência muito maior.  A ênfase não está no fim, mas na atitude que nós devemos ter sempre em nossa caminhada.  Sempre devemos estar alertos, para não perdermos o momento de Jesus passar em nossas vidas.  Ele chega para nós, não somente na hora da nossa morte, muito menos no fim do mundo, mas todos os dias, nas pessoas, nos acontecimentos da nossa realidade, na comunidade em que vivemos.  Jesus aqui exige uma atitude de busca permanente do Reino, através de uma vida de serviço fraterno.

            Os versículos 41-46, e o fato que a pergunta é feita por Pedro, porta-voz dos líderes da comunidade em Lucas, indicam que a mensagem aqui é dirigida em primeiro lugar aos que têm uma função de dirigente na comunidade.  Os dirigentes cristãos não têm estes ofícios para exercer um poder, para dominar, mas muito pelo contrário, para melhor servir.  Somos alertados para que não deixemos a corrupção do poder tomar conta das nossas vidas.  Como os dirigentes das comunidades têm consciência dos seus deveres, muito mais ainda é a sua responsabilidade: “A quem muito foi dado, muito será  pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”( v. 48).   Aqui o trecho alarga a sua visão para incluir não somente uma possível corrupção do projeto cristão através do apego aos bens materiais, mas também através do apego ao poder, quando este é usado não como serviço, mas como dominação e projeção pessoal por parte dos dirigentes cristãos.  Talvez não haja corrupção mais sutil do que a do poder, manifestada em carreirismo, autoritarismo e auto-projeção dentro das Igrejas.  Vale a advertência já feita no século XIX pelo historiador católico inglês, Lord Acton:  “Todo o poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente!”

            Lucas convida a todos, especialmente aos dirigentes, à vigilância, para que o nosso verdadeiro tesouro seja o serviço fraterno, como concretização do projeto de Jesus, e não a ganância, o  poder, a dominação.